quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Cláudia Varejão também concorda
Tiago Guedes assina petição
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Ivo Canelas apoia a nossa causa
Catarina Portas assina petição
O que a RTP2 podia mostrar: Zurlini
Zurlini foi também incompreendido em Itália, por ser um desalinhado das novas tendências de um cinema nacional dividido, grosso modo, entre o incondicionalismo a um Antonioni versus o incondicionalismo a um Fellini. De qualquer modo, hoje, à distância - é sempre bom ganhá-la sobre tudo o que parece, ou é de facto, "desalinhado" no presente -, a sua obra ganha uma vitalidade como poucas. "A Rapariga da Mala" já é mais do que um filme de culto; é uma crónica franca, como poucas, do devir sexual/existencial de um adolescente e do objecto que o obceca - a linda de morrer Claudia Cardinale. O já citado "Estate Violenta" - anterior - cola-se a este, numa espécie de double bill perfeito, pelo sensualismo das imagens, do corpo feminino contra o masculino - o fervor do desejo com alguma história, e História, em pano de fundo...
Duas obras-primas que não estão sós na sua filmografia - que eu próprio ainda estou a descobrir, com a paciência impaciente de quem deixa para o fim a sobremesa. "Outono Escaldante", com de novo uma mulher divinalmente bela (Sonia Petrovna) e o mais cool dos actores (Alain Delon), é um poema triste sobre a dialéctica do desejo e da morte. Maravilhoso pedaço de cinema, para ouvir e absorver fotograma a fotograma, que carece de maior promoção. Promovê-lo mais seria, a meu ver, um serviço ao cinema, um serviço ao país e aos famintos cinéfilos portugueses em formação.
Rui Morisson assina petição
Jacinto Lucas Pires assina petição
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Luís Urbano apoia a nossa causa
Jorge Silva Melo assina petição
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Comentários dos signatários (IV)
Contrato de Concessão de Serviço Público (I)
Por respeito à inteligência do leitor, limitar-me-ei a recortar as partes que dizem mais directamente respeito ao conteúdo da nossa petição. Leiam e digam-nos se o que nós estamos a reclamar é ou não é tão-somente o que está previsto na lei, a Fundamental, a da Televisão e, no caso, a que vincula contratualmente a RTP2 ao Estado português. (ATENÇÃO: todos os sublinhados, a bold, são nossos.)
Para além da sua vinculação aos fins da actividade de televisão a que se refere o artigo 9.º da Lei da Televisão, a Concessionária tem como objectivos específicos:
(...)
b) Promover, com a sua programação, o acesso ao conhecimento e a aquisição de saberes, assim como o fortalecimento do sentido crítico do público;
c) Combater a uniformização da oferta televisiva, através de programação efectivamente diversificada, alternativa, criativa e não determinada por objectivos comerciais;
(...)
(continua)
Luís Mendonça
Nuno Costa Santos defende a nossa causa "urgente"
Vera Mantero também assina
VERA MANTERO assinou hoje com extremo interesse a nossa petição. A Vera dispensa qualquer tipo de apresentação na cena da dança contemporânea nacional e internacional. É com enorme orgulho que recebemos o apoio desta talentosa performer para quem o cinema representa também importante fonte de inspiração.
António Ferreira também quer mais e melhor cinema na RTP2
José Luís Peixoto deixa o seu nome na nossa petição
Pedro Mexia assina petição
Carlos Pinto Coelho assina petição
domingo, 26 de setembro de 2010
Mário Jorge Torres assina petição!
Somos notícia no jornal Público de hoje
Quase dois mil pedem mais cinema na RTP2
Paula Torres de Carvalho
Querem chamar a atenção para a necessidade do regresso da programação regular de cinema à RTP2. Os cinéfilos Luís Mendonça e Miguel Domingues resolveram criar uma petição que circula na Internet desde o início do mês e que conta com quase duas mil assinaturas, entre as quais as da actriz Inês de Medeiros, as dos realizadores João Mário Grilo e Lauro António, a do engenheiro de som Vasco Pimentel, a do professor universitário Manuel Villaverde Cabral e a da escritora Alice Vieira.
Dirigida ao ministro dos Assuntos Parlamentares e aos responsáveis daquele canal televisivo, o texto da petição é um manifesto de defesa da exibição cinematográfica. "Ao longo dos anos, tem-se assistido a um progressivo desinvestimento da estação na programação cinematográfica", o que se verifica "não apenas na pequena quantidade de obras exibidas como na repetição regular dos filmes mostrados", refere o texto.
Bénard da Costa, o divulgador de cinema e director da Cinemateca Portuguesa, falecido em Maio, é recordado por quem promove a petição: "Infelizmente, longe vão os tempos em que João Bénard da Costa introduzia clássicos do cinema ou Inês de Medeiros entrevistava diversas figuras em Filme da Minha Vida."
"Hoje, o segundo canal da estação de televisão pública não fornece quaisquer instrumentos para que o público seja levado a reflectir e a descodificar os objectos mostrados", dizem, denunciando um contexto de "desresponsabilização" que não oferece aos espectadores "oportunidades suficientes de visionamento de filmes" nem lhes prestam "quaisquer ferramentas de aproveitamento dos poucos filmes que ainda vão sendo exibidos". Uma situação considerada grave porque a RTP2 não oferece a "alternativa criteriosa" face aos outros canais. Contactado, Jorge Wemans, director do canal, não quis c omentar as críticas feitas. com B.W.
José Mattoso assina petição
O que a RTP2 podia mostrar: Rivette
João Palhares
Pedro Teixeira Neves assina petição
sábado, 25 de setembro de 2010
O que a RTP2 podia mostrar: Ozu e Costa
Não estou com isto a dizer que a obra de Pedro Costa não tenha uma força única, que dispensa qualquer legendagem contextualizadora; estou apenas a dizer que se aprecia a sua obra de outra forma tendo presente a genealogia escondida do seu cinema, que nos remete ao cinema do mestre japonês e de tantos outros grandes cineastas (a crítica fala ainda de Chaplin, Rossellini, Ford, Rouch, entre outros nomes fortes da história do cinema). Seria interessante mostrar ao povo português o trabalho que o seu maior cineasta anda a fazer no coração do Cinema, essa pátria que é de todos e que devia ser para todos.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Eduardo Cintra Torres escreve sobre a nossa petição
Hoje, como refere a petição, a RTP2 não cumpe a Lei da Televisão nesta matéria, passa filmes sem sentido e repete os poucos que passa. A petição poderia mencionar que o cinema contemporâneo português, em especial o cinema independente e documental, entrou em 2009 em ruptura com a direcção da RTP2 e a RTP em geral.
Os "critérios" das direcções da RTP2 e RTP1 são comerciais e financeiros. Procuram obter o máximo de audiência com o mínimo de serviço público. Os filmes na RTP2 são o rebotalho de pacotes comprados às grandes companhias americanas com milhões dos nossos euros. Para mostrar na RTP1 o Homem Aranha ou Harry Potter, a RTP tem de lhes comprar muito lixo, que atira para as madrugadas e para a RTP2. Acresce que o maior investimento da RTP2 vai para coisas como o Câmara Clara, caríssimo para o pouco que é, um palco para a subdirectora do canal.
Outras áreas da RTP2 revelam incapacidade estrutural de programar um serviço público. Em vez de documentários, apresenta enlatados de entretém de animais e seus tratadores e repete-os uma meia dúzia de vezes no horário nobre. Apresenta séries americanas banais. Exagera na quantidade de programas infantis estrangeiros (oito a 10 horas por dia), desvirtuando o perfil generalista que a lei define.O noticiário das 22h00 está domesticado. Etc. Isto não vai lá com petições.
Inês de Medeiros assina petição
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Eduardo Cintra Torres apoia a nossa causa
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Catarina Alves Costa assina petição
O que a RTP2 podia mostrar: Shaw Bros
E os filmes seriam:
Miguel Domingues
Ultrapassámos a meta das 1000 assinaturas!
Eduardo Condorcet apoia a nossa causa
Fernando Guerreiro assina petição
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Paulo Trancoso assina petição
Raquel Freire subscreve petição
*- Já agora, tenho o filme e a introdução gravados em VHS, mas gostaria muito que alguém, caso tenha, pusesse a introdução no YouTube.
Nilza Sena assina petição
O que a RTP2 podia mostrar: Powell & Pressburger
Com One of our Aircraft is Missing e The battle of the river Plate eles criaram um género cinematográfico, que fico conhecido como stiff-upper-lip war films, feitas em plena guerra e cheios de restrições técnicas e de financimanto, nomeadamente na questão da película; durante a guerra a película colorida era muito escassa (por isso só a parte final do Ivan de Eisenstein é colorida) o que fez com que estes filmes fossem filmados a preto e branco, assim como I Know where I'm Going, filme que ficou para a história como aquele que Scorsese escolheu para engatar a sua futura mulher, Isabella Rossellini. Mas mais que isso, é uma das visões mais românticas e elegantes (e tecnicamente mais prodigiosas) da Escócia e de toda a sua mitologia.
Também a Matter of Life and Death foi perturbado pelas questões da película, sendo por isso uma mistura belíssima de texturas (as cenas de terra a cores, as aéreas não).
Claro que falar desta dupla é falar de Red Shoes, um dos mais belos e encantatórios (e encantados) filmes de sempre, resultado de uma pureza avassaladora (que rima por vezes com New York, New York do dito Scrosese que tem nessa Obra Prima o seu filme preferido, foi mesmo Scorsese e Coppola os responsáveis pela redescoberta, nos anos 60, desta parelha, que tinha ficado meio esquecida até então).
Mas não esqueçamos Black Narcissus (com a tradução berrante: Por quem os sinas dobram) e The Life and Death of Colonel Blimp.
[Deixo só uma achega: pensar que Powell foi capaz de fazer Red Shoes e anos mais tarde Peeping Tom]
Ricardo Vieira Lisboa
Anabela Teixeira assina petição
domingo, 19 de setembro de 2010
O que a RTP2 podia mostrar: Mendoza
Mendoza, o nome que recomendo aqui, surge neste contexto como o realizador mais implantado mediaticamente falando, tendo já ganho o prémio de melhor realização em Cannes pelo brutal "Kinatay" e recebido os louvores da crítica por "Lola" - também seleccionado em Veneza e filme que estreia em breve nas nossas salas - e "Serbis" - lançado em DVD no nosso país.
Ver a sua obra é mergulhar num país longínquo, culturalmente ecléctico - resultado das ocupações espanhola, norte-americana e asiática - e, logo, de uma riqueza humana e plástica sui generis. "Foster Child", um filme menos conhecido do realizador, foi o que mais me comoveu, apesar de "Kinatay" ser, de facto, a sua obra mais arrojada, conto de horror ultra-realista com uma atmosfera visual e sonora magistrais.
Uma RTP2 ciente das novas tendências do cinema internacional poderia fazer-nos embarcar nesta viagem às Filipinas, via Mendoza ou/e via qualquer um dos seus aclamados conterrâneos.
Luís Mendonça
Manuel Villaverde Cabral assina petição
Fernando Vendrell assina petição
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Comentários dos signatários (III)
Destacamos, de seguida, algumas dessas reflexões.
Marta Sofia Ribeiro de Morais Nunes: Como cresci a poder ter acesso ao melhor do cinema através da RTP2, quero continuar a poder crescer com ele.
Victor José Preto Paulo: Só a Televisão Pública pode disponibilizar os Grandes Filmes de todas as épocas a quem vive longe de Lisboa e da Cinemateca Nacional.
Miguel Barata Pereira: Aprendi muito do que sei de cinema a ver a saudosa rubrica "5 noites, 5 filmes".
Miguel Bettencourt dos Reis: Parafraseando um filósofo famoso, o que é bom para a colmeia também é bom para a abelha. Que esta petição não caia no esquecimento. Contam com o meu apoio.
Muitos assinantes têm manifestado "saudades" - esse é o termo mais utilizado! - dos tempos de "5 Noites, 5 Filmes" e sublinham a importância que esta rubrica teve na sua formação cinéfila.
Jorge Leitão Ramos apoia a nossa causa
Vasco Baptista Marques assina petição
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Pedro Eiras assina petição
Professor de Literatura Portuguesa na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e autor de obras ensaísticas e dramatúrgicas premiadas, Pedro Eiras é um dos assinantes da nossa petição (n.º 557). Agradecemos o apoio.
O que a RTP2 podia mostrar: Erice
É um universo estético único que nasce com "El espíritu de la colmena" (1973), um dos segredos mais bem guardados do cinema internacional; um Frankenstein sob o efeito da (des)encantada realidade espanhola e os fantasmas da guerra civil. Um filme que respira cinema por todos os poros; tratado sobre a magia dos silêncios, da paisagem, dos rostos..., dos olhos inefáveis da pequenina Ana Torrent, que voltaria a ser filmada em "El sur" (1983).
Em "El sol del membrillo" (1992), o cineasta espanhol desafia os limites do documentário ou da ficção e mostra-nos o labor de um pintor, Antonio López Garcia. Mas a respiração das imagens é a mesma: o tempo é o grande encantamento do seu cinema. E dele nascem algumas das imagens (interiores e exteriores) mais belas de todo o cinema. Estou certo que qualquer membro da direcção de programas da RTP2 concordaria comigo.
Luís Mendonça
Cláudia Arsénio assina petição
António Loja Neves assina petição
Realizador, actor, jornalista e programador, António Loja Neves é o nosso subscritor número 447. Agradecemos o apoio.
Teresa Garcia junta-se à causa
José Nascimento subscreve petição
Gonçalo Waddington assina petição
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Jorge Mourinha assina petição
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
O que a RTP2 podia mostrar: Lewis
João Palhares
O que a RTP2 podia mostrar: os novos novos indies
A.O. Scott, crítico do New York Times, chama-lhe um neo-neo-realismo. Eu, pessoalmente, vejo esta geração como uma reacção de uma certa classe de cineastas, muito distante dos estúdios e de onde pára o "big money" de Hollywood, ao alheamento do mainstream relativamente aos problemas da gente real da América pós-11 de Setembro. É uma geração de cineastas, muitos deles professores e pensadores do cinema, que vem reclamar a grande herança do New American Cinema, deixada esquecida até mais pelos americanos que pelos europeus. Falo de nomes como Cassavetes, Robert Frank, Shirley Clarke, Morris Engel e Ruth Orkin e os irmãos Maysles, entre outros.
Se é "neo-neo", não sei, mas esta América sem o ruído visual do 3D, a cosmética do CGI e com (apenas!) pessoas lá dentro é, no mínimo, promissora. O serviço público de televisão podia, neste departamento, adiantar passo em relação às distribuidoras e dar a descobrir este novo cinema - cheio de bom "velho cinema".
Trailer do fabuloso - por distribuir/editar em Portugal - "Ballast" (2008) de Lance Hammer
Luís Mendonça
Luís Nogueira assina a petição
Manuel Mozos assina petição
domingo, 12 de setembro de 2010
O que a RTP2 podia mostrar: Wiseman
Wiseman foi homenageado faz três anos no DocLisboa, tendo tido direito a uma retrospectiva integral; embora sabendo que a sua obra não é a mais indicada a passar em televisão, devido à duração de cada filme, no entanto nem todos os seus filmes têm uma duração de 358 minutos, como Near Death, filmes como o primeiro High School (1968), Hospital (1970), Titcut Follies (1967), Manoeuvre (1979) e Missile (1987) têm todos com menos de duas horas (alguns foram mesmo feitos para televisão) o que permitiria preencher uma semana de 5 noites 5 filmes [estou à espera].
Deixo o trailer de La Danse (que esteve presente o ano passado em Veneza na secção Orizzonti), que está correntemente em exibição comercial e que muito se aconselha. De lembrar ainda que no próximo DocLisboa, que está para breve, Wiseman apresentará o seu último filme - Boxing Gym - que esteve presente no último festival de Cannes onde foi louvado por toda a crítica.
Isilda Sanches subscreve a nossa iniciativa
Alice Vieira assina petição

Uma personalidade que dispensa apresentações. É jornalista, mas é, antes de tudo, uma das mais apreciadas escritoras portuguesas da literatura infanto-juvenil. Dos vários prémios que recebeu, destaca-se o Grande Prémio Gulbenkian pelo conjunto da sua obra. É com vivo entusiasmo que registamos o seu apoio (subscrição número 344).
O que a RTP2 podia mostrar: RR
sábado, 11 de setembro de 2010
Lauro António subscreve a petição
Lauro António, crítico, cineasta e importantíssimo empreendedor da educação de Cinema em Portugal, nasceu em Lisboa, a 18 de Agosto de 1942. Além de ter dirigido vários Cineclubes, revistas e Festivais de Cinema, exerce a crítica cinematográfica, regularmente, nomeadamente no seu blogue.
Nos anos 90, associado à TVI, conduz o programa "Lauro António Apresenta", que marca e forma muitos cinéfilos. Actualmente, promove um ciclo dedicado a grandes cineastas, no Porto, com enorme sucesso. Lauro António diz que sim à nossa causa (subscrição nº 311). Um muito obrigado.
O que a RTP 2 podia mostrar: Haanstra
Talvez a história mais interessante da sua carreira se encontre na sua curta-metragem documental "Glas", filme que se deixa aqui como aperitivo. A dita história conta-se em poucas palavras. Tendo sido contratado para fazer um documentário institucional sobre a indústria vidreira, Haanstra teve aquilo que se chama um momento de sorte/azar. Num dos planos em que mostrava a linha de montagem de garrafas de vidro a serem confeccionadas e transportadas, uma das pinças da fábrica quebra uma das garrafas. Segue-se uma interrupção na linha de montagem com as garrafas a serem partidas. Naturalmente este era um daqueles acontecimentos que convinha não serem mostrados num documentário que se propunha louvar a dita indústria. Bert Haanstra não se opôs à não utilização do dito plano, entregando uma versão “limpa” de incidentes. Em troca pediu apenas aos responsáveis autorização para utilizar este e outros planos para um filme só dele. Perante a anuência dos responsáveis, Bert montou então uma versão sua com o dito plano das garrafas a serem partidas e juntou uma interessantíssima banda sonora jazzistica de contraposição, reforço das actividades manuais e fabris dos vidreiros. O resultado foi "Glas" que viria a ser submetido à 60º edição dos Óscares. O resultado, claro, foi inesperado, tornando-se esta singela curta-metragem institucional no primeiro filme holandês de sempre a vencer um óscar da academia.
O que a RTP2 podia mostrar: (Super) Mann
Esta espécie de visão fratricida da grande expedição norte-americana é a pedra de toque de muitos dos seus westerns, tal como um cenário anti-fordiano marcado pela vegetação mais pululante que os Estados Unidos têm para oferecer. Os seus filmes são como que um "cerco natural" (interior e exterior) que se vai apertando até ao clímax final.
Os duelos (familiares) e a violência das relações humanas (entre homens e de homens com mulheres) são imagens de marca de muitos dos seus filmes, destacando-se "The Naked Spur", "The Far Country", "The Man From Laramie", "Winchester 73", "The Furies" e "Man of the West". Para Godard, ele é o "Super Mann", Rosenbaum apelida-o de "Mann of the West". Merecia um ciclo "a sério" na RTP2? Merecia, claro.
Luís Mendonça
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Comentários dos signatários (II)
Destacamos aqui mais alguns destes comentários.
Maria do Carmo Mendes Carrapato Rosado Fernandes: As pessoas estão a "desaprender" de ver cinema, e isso não é bom...que regressem os ciclos de cinema, que regressem os bons filmes nos anos 30/40/50 do seculo passado, que regresse o cinema americano, japonês, europeu, que regres, se faz favor. Obrigada
luis j santos: É um crime de lesa-pátria (e, provavelmente, não só) não existir na RTP uma programação de cinema respeitadora do serviço público de televisão.
João Paulo Bento Ferrão Ferreira de Carvalho: Petição simples e objectiva. Penso que será de muito fácil implementação!
JORGE MANUEL DOS SANTOS PEREIRA MARQUÊS: Só neste paraíso político à beira-mar plantado é que se tem de pedir e justificar o óbvio,o justo,os direitos e o razoável...
Artur Eduardo Jorge Neves: Tanta da minha formação cinéfila se deve aos filmes que vi e gravei na RTP2...
ANTONIO GUILHERME SANTOS PINHEIRO XAVIER: A RTP 1 ou 2 foi, é, e deve ser um local pivilegiado de visionamento de todo o bom cinema
Bruno Miguel Valente Martins: Indispensável na formação de um país que se quer a crescer!
António José Almeida de Sousa: Porque o cinema é um bem publico.
Rogério Armando da Rocha Monteiro: As emissoras nacionais não estão de acordo com a real identidade Portuguesa, exceptuando-se a RTP2, as outras fomentam o analfabetismo gratuitamente! Cordias comprimentos. Rogério.
Pedro Barroso: Em nome da inteligência.
Continuem a deixar comentáiros, mas acima de tudo não se esqueçam de assinar!
João Milagre subscreve petição
Sem dúvida um dos brilhantes professores da nova geração de formadores na área de cinema em Portugal, actualmente a leccionar na Escola Superior de Teatro e Cinema, João Milagre junta-se, para nosso regozijo, à petição por uma Programação de Cinema de melhor qualidade na RTP2.
Depois de uma prolífica carreira como assistente de realização, tendo trabalhado com cineastas como Manoel de Oliveira, José Fonseca e Costa, Billy August, Patrice Chéreau ou Luís Fonseca, João Milagre coordena actualmente disciplinas ligadas ao argumento e produção. É com enorme prazer que recebemos o seu apoio.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Vasco Pimentel apoia a nossa causa
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
O que a RTP2 podia mostrar: Shepitko
A primeira que me deixou abismado foi "Wings" (1966), um drama "antonioniano" centrado numa reitora de um liceu e no modo como esta lida com as nebulosas memórias da Segunda Guerra, onde lutou como piloto do exército soviético. O cenário é uma sociedade moralmente derrotada - que ousadia uma mulher fazer tal statement debaixo de um regime tão cerrado! Quando fecha os olhos, nos intervalos do emprego enfadonho, este pássaro ferido sonha acordado com os voos do passado (ver excerto abaixo).
A outra obra-prima da sua autoria que me chegou aos olhos foi "The Ascent" (1977). Trata-se, quanto a mim, de um dos mais violentos retratos da Segunda Guerra e do horror nazi. É um filme com militares - não propriamente um clássico "filme de guerra" - que se interroga filosoficamente, mas sem enjeitar um certo misticismo crístico, sobre a origem do Mal. "Filme com militares"? Não, corrijo: "filme com Homens".
Quem quiser ver e tem dinheiro, é comprar esta magnífica caixa da Eclipse. Quem não tem, é esperar que alguém - um programador de televisão? - se lembre de devolver ao público o génio desta grande cineasta esquecida.
Luís Mendonça