António Reis e Manuel Mozos (que apoia a nossa petição), injustiçados por televisões, produtoras e distribuidoras. Tenho pouco orgulho em dizer que vi apenas um filme de cada um, no caso de Reis foi Jaime e no caso de Mozos foi 4 Copas. O primeiro é um assombro de filme, único filme assinado apenas por Reis (os outros são co-assinados pela mulher, Margarida Cordeiro), e o segundo é a alternativa perfeita a Call-Girl's e outras manifestações "populares" de cinema e televisão, em Portugal.
Desconstrua-se o termo popular (a coisa não se finda em pipocas e bilheteira) e encontramos Reis e Mozos. Não há nada de mais popular, ou do povo, do que as suas obras, Trás-os Montes é um retrato "documental" da população do distrito, que, permitam-me acrescentar, foi produzido pela RTP, e 4 Copas é um retrato "ficcional" da juventude, da família, das relações citadinas contemporãneas, em sociedade.
Até há uns dias, Manuel Guimarães era também um destes cinastas esquecidos e negligenciados por injustiças de produção e distribuição. E já que falo disto, não há uma cópia decente do seminal Verdes Anos, de Paulo Rocha, para quando o seu restauro e a sua edição em DVD? É que é um filme importantíssimo para compreender o nosso Cinema, a nossa história, é um crime e um atentado nada se fazer para o difundir, e sim, é coisa que passa também pela televisão, necessariamente.
Destino igual parece estar reservado a Xavier, que se diz ser a obra-prima de Manuel Mozos. Acho triste escrever este post motivado pela ignorância, mas é isso mesmo, a RTP2 podia mostrar Reis e Mozos pela simples razão do seu desconhecimento generalizado, eu quero ver os seus filmes, e como eu, acredito, haverá outros. Façam-nos esse favor.
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