Talvez a história mais interessante da sua carreira se encontre na sua curta-metragem documental "Glas", filme que se deixa aqui como aperitivo. A dita história conta-se em poucas palavras. Tendo sido contratado para fazer um documentário institucional sobre a indústria vidreira, Haanstra teve aquilo que se chama um momento de sorte/azar. Num dos planos em que mostrava a linha de montagem de garrafas de vidro a serem confeccionadas e transportadas, uma das pinças da fábrica quebra uma das garrafas. Segue-se uma interrupção na linha de montagem com as garrafas a serem partidas. Naturalmente este era um daqueles acontecimentos que convinha não serem mostrados num documentário que se propunha louvar a dita indústria. Bert Haanstra não se opôs à não utilização do dito plano, entregando uma versão “limpa” de incidentes. Em troca pediu apenas aos responsáveis autorização para utilizar este e outros planos para um filme só dele. Perante a anuência dos responsáveis, Bert montou então uma versão sua com o dito plano das garrafas a serem partidas e juntou uma interessantíssima banda sonora jazzistica de contraposição, reforço das actividades manuais e fabris dos vidreiros. O resultado foi "Glas" que viria a ser submetido à 60º edição dos Óscares. O resultado, claro, foi inesperado, tornando-se esta singela curta-metragem institucional no primeiro filme holandês de sempre a vencer um óscar da academia.
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