Esta é, sem dúvida alguma, a mais importante e criativa parelha de cineastas que a curta história do cinema teve (esqueçam os Dardenne's e os Coen's), um inglês, o outro Húngaro, ambos revitalizaram, nos anos 30, o cinema britânico, à época em estado de decadência, acabando por ter nos anos 40 e 50 algumas das obras artísticas mais extraordinárias de sempre.
Com One of our Aircraft is Missing e The battle of the river Plate eles criaram um género cinematográfico, que fico conhecido como stiff-upper-lip war films, feitas em plena guerra e cheios de restrições técnicas e de financimanto, nomeadamente na questão da película; durante a guerra a película colorida era muito escassa (por isso só a parte final do Ivan de Eisenstein é colorida) o que fez com que estes filmes fossem filmados a preto e branco, assim como I Know where I'm Going, filme que ficou para a história como aquele que Scorsese escolheu para engatar a sua futura mulher, Isabella Rossellini. Mas mais que isso, é uma das visões mais românticas e elegantes (e tecnicamente mais prodigiosas) da Escócia e de toda a sua mitologia.
Também a Matter of Life and Death foi perturbado pelas questões da película, sendo por isso uma mistura belíssima de texturas (as cenas de terra a cores, as aéreas não).
Claro que falar desta dupla é falar de Red Shoes, um dos mais belos e encantatórios (e encantados) filmes de sempre, resultado de uma pureza avassaladora (que rima por vezes com New York, New York do dito Scrosese que tem nessa Obra Prima o seu filme preferido, foi mesmo Scorsese e Coppola os responsáveis pela redescoberta, nos anos 60, desta parelha, que tinha ficado meio esquecida até então).
Mas não esqueçamos Black Narcissus (com a tradução berrante: Por quem os sinas dobram) e The Life and Death of Colonel Blimp.
[Deixo só uma achega: pensar que Powell foi capaz de fazer Red Shoes e anos mais tarde Peeping Tom]
Ricardo Vieira Lisboa
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