Quem nos subscreve

Jorge Mourinha (jornal Público): Esta insistência cívica de um grupo de pessoas que vêem algo de errado na política cultural da televisão e acham que vale a pena continuar a pugnar pelo seu objectivo explica muito bem que é este o público-alvo da RTP-2 que o canal teima em não servir como deve ser: atento, activo, interessado, fiel. Jorge Campos: o óbvio dispensa o comentário. Eduardo Paulo Rodriguês Ferreira: É um Canal do Estado. O Estado somos nós. Portanto nós exigimos uma programação. E mais, é caso para dizer: Eu pago para ver! João Mário Grilo (em entrevista ao JN): Foi na televisão que aprendi a ver cinema, com programas como "as noites de cinema". A televisão tem um papel muito importante num país onde os cinemas não estão a abrir, mas a fechar. É um direito das pessoas e um dever da televisão. Manuel Mozos (em entrevista): Há actualmente alguma programação de Cinema da RTP2? Inês de Medeiros (em entrevista ao JN): A uma petição que diz 'gostaríamos de mais' não se pode responder com contratos de concessão e tabelas mínimas. Concordo com mais cinema e penso que é importante terem atenção ao pedido, o que não quer dizer que a RTP2 não passe cinema. Paulo Ferrero (em entrevista): QUE HAJA CINEMA, do Mudo ao Digital. Vasco Baptista Marques (em entrevista): diria que a programação de cinema do segundo canal do Estado se destaca, sobretudo, pela sua inexistência. Alice Vieira (em entrevista ao JN): Para mim, cinema é no cinema, mas temos de pensar nas pessoas que estão longe do cinema por várias razões. E muitas vezes vejo-me a ir ao canal Memória para ver filmes e que aguentariam perfeitamente na Dois. A RTP2 deveria insistir mais no cinema e aí estaria a cumprir o seu papel. João Paulo Costa (em entrevista): Adoraria assistir ao regresso de uma rubrica do género "Cinco Noites, Cinco Filmes" que, há uns anos, me fez descobrir realizadores como Bergman ou Truffaut e crescer enquanto apreciador de cinema. Miguel Barata Pereira: Aprendi muito do que sei de cinema a ver a saudosa rubrica "5 noites, 5 filmes". João Milagre (em entrevista): é preciso aprender a amar. JORGE MANUEL DOS SANTOS PEREIRA MARQUÊS: Só neste paraíso político à beira-mar plantado é que se tem de pedir e justificar o óbvio,o justo,os direitos e o razoável... Eduardo Condorcet (em entrevista): Numa altura de crise é difícil compreender que a RTP2 não cumpra a sua função de serviço público, nomeadamente no que toca à produção audiovisual. LUIS PEDRO ROLIM RIBEIRO: JÁ ERA SEM TEMPO Fernando Cabral Martins (em entrevista): [A programação de cinema da RTP2] parece-me errática e é raro dar por ela. António Manuel Valente Lopes Vieira: A televisão é o cinema daqueles que não podem ir ao cinema. Que o cinema volte à televisão. Daniel Sampaio (em entrevista): A programação [de cinema da RTP2] caracteriza-se pela escassez e por não ter uma linha editorial, referente à escolha de filmes. Não se percebem os critérios de escolha. Maria Armanda Fernandes de Carvalho: e que o cinema mostrado seja do mundo e não só o chamado cinema comercial ou dos chamados autores consagrados. Deana Assunção Barroqueiro Pires Ribeiro: Cinema de qualidade é inprescindível em televisão José Perfeito Lopes: Como director do Cine Clube de Viseu, nos anos 73 a 77, vejo com mágoa o que estes senhoritos fizeram ao "canal 2". Manuel António Castro de Sousa Nogueira: Há muito e bom cinema à espera de ser exibido na RTP2, assim queiram os seus responsáveis que este canal seja efectivamente uma alternativa real à pobreza franciscana da programação dos restantes canais generalistas portugueses (incluindo, infelizmente, a RTP1). Marta Sofia Ribeiro de Morais Nunes: Como cresci a poder ter acesso ao melhor do cinema através da RTP2, quero continuar a poder crescer com ele. Maria do Carmo Mendes Carrapato Rosado Fernandes: As pessoas estão a "desaprender" de ver cinema, e isso não é bom...que regressem os ciclos de cinema, que regressem os bons filmes nos anos 30/40/50 do seculo passado, que regresse o cinema americano, japonês, europeu, que regres, se faz favor. Obrigada. Amadeu José Teixeira da Costa: Foi na RTP2 que vi cinema como nunca mais vi na minha vida. TODOS ESTES E OUTROS COMENTÁRIOS DOS NOSSOS SIGNATÁRIOS AQUI

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Ciclo "Filmes sobre o mundo da política" (II)

UM BALANÇO

Still de Film socialisme (2010) de JLG

2. O que não esteve mal:

"Filmes sobre o mundo da política". Lemos este título, do segundo (e último) ciclo do ressuscitado "5 Noites, 5 Filmes" e interrogamo-nos sobre se, por demasiado ambicioso, cairá no erro da dispersão absoluta. Não cai redondamente nesse erro, mas quase, porque, afinal, o grande desafio aqui é tentar encontrar um filme que não pertença ao mundo a que o título se refere. Se falarmos da política stricto sensu, do "combate político-partidário", um ciclo inteiro dentro da linhagem pakuliana do magnífico "Good Night, and Good Luck" iria estreitar e con-centrar mais "a mensagem". Contudo, o programador teve aqui o mérito de pôr em abismo, em cada sessão, a possibilidade de 5 ciclos possíveis sobre o totalizante - não obrigatoriamente "totalitário" - mundo da política. 

Este "mundo" desdobra-se em possibilidade, em formas, apetece dizer, entre o tal ambientadamente thriller liberal de backstage de um período negro da história política norte-americana até "Isto Não é um Filme" ou o filme-ensaio de Godard sobre o naufrágio da Europa ou o trabalho arqueológico de Ujica sobre Ceausescu ou a visão parodiada do seu terrível regime no filme omnibus chefiado por Mungiu. E, em todas estas formas, ensaia-se qualquer coisa tão desconcertante quanto a própria sensação que tivemos mal lemos o tema do ciclo: que fora do mundo da política resta pouco ou nada. 

Foi, assim, bastante feliz o programador em conciliar modelações tão distintas do "político", sem, com isso, prejudicar um mínimo de concentração de ideias que produza no espectador um pensamento crítico, um "trabalho dialéctico", ante as imagens que lhes são mostradas. Melhor, melhor, só um "Isto Não é Política" (porque, também no filme de Panahi, a dimensão-filme do filme não consegue fugir de si..) para (des)orientar e para lançar a provocação sobre o próprio acto de "programar", coisa sempre ideológica, exercício de retórica e, logo, coisa sempre "perigosa" (sim, estou a pensar em "They Live"; sim, também estou a pensar em "Videodrome"...), que, por isso, exige máxima responsabilidade e máxima reflexão.

Pena que, por regra, o programador deste canal opte pelo discurso auto-desvalorizante do próprio papel do programador, deixando-se tomar pela sua própria incoerência e pela mais lamentável incúria. "Eu não faço pensar, porque ninguém quer pensar", "Eu não sei, porque ninguém quer saber", "Eu não faço, porque não me apetece", ou outras construções do género, assim se faz a auctoritas de Jorge Wemans, o "querido líder" da RTP2. Nós, pela nossa parte, - que remédio - procuramos resistir...

Luís Mendonça 

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Ciclo "Filmes sobre o mundo da política" (I)

UM BALANÇO

still de Isto não é um Filme, de Jafar Panahi
1. O que esteve mal:

"Filmes sobre o mundo da política".. Quando uma pessoa lê ou ouve isto pensa mais em biopics de presidentes, sátiras políticas ou filmes sobre os bastidores desse mundo, para além de ficar com a ideia muito fomentada por aí de que a política é um mundo à parte, mas isso será outra história. Começando assim, penso que do ciclo, só dois - talvez três - são filmes sobre "o mundo da política", os últimos. Chamasse-lhe outra coisa, "Filmes sobre política", "filmes políticos", ou só "Política" e talvez tudo ficasse mais ou menos situado..

Outra das questões, agora que se sabe mais ou menos onde quer chegar este ciclo, é a inevitável "porque não outros filmes?", porquê estes? The Great Dictator, Grapes of Wrath, The Last Hurrah, Escape from LA, Ivan, o Terrível que são, senão filmes políticos (entre muitas outras coisas)? Enfim, Wiseman, Moretti, se se quisesse cinema mais contemporâneo (outra falácia é pensar que a actualidade só se explica ou se descreve com cinema contemporâneo)..

Mas falemos do que por lá passou. Godard, Panahi, Clooney, Uricaru, Höfer, Marculescu, Popescu, Mungiu e Ujica. Era muito produtivo tentar explicar como coexistem numa década todos estes filmes e de como o filme do Clooney parece uma completa negação política (porque, no fundo, não reflecte politicamente sobre coisa alguma do seu tempo) quando posto ao lado pelo menos dos filmes do Panahi e do Godard. Enfim, o acharem-se os filmes melhores ou piores uns que os outros é secundário, mas pensar o que significa um filme chamado Isto não é um Filme ser lançado merece algum tempo. Para isso mesmo, reflectir. Antes dos filmes, no Câmara Clara (porque não?), qualquer coisa que nos desse um indício (por mais pequeno que fosse) de alguma "política de programação"..

O Cinco Noites, Cinco Filmes acabou esta semana, o que é muito triste. Mais triste sabendo que é substituído por programas de "fácil digestão" (ou seja, curtos, que isto de ver coisas com muitos minutos parece que não é sustentável) e percebendo que pouca coisa muda na programação de filmes na RTP2: as sessões duplas de 21 e 28 de Abril são pensadas pela sua nacionalidade e pelo seu realizador, respectivamente. Nem se pedia que vissem relações entre os filmes do Kaurismaki e do Ozu, entre Oliveira e Antonioni, Hawks e Carpenter, só qualquer coisa que nos desse a impressão de que quem programa aquelas sessões tivesse visto os filmes, bastava. Eu não acredito que quem alinhou o Desassossego e o Goodnight Irene (acho que é a terceira vez que o filme lá passa) na Sessão Dupla para o próximo Sábado os tenha visto uma única vez. Porque a única coisa que uma Sessão Dupla como esta reflecte, é um autismo e um desinteresse completos por esses filmes. Pelos espectadores.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Ciclo "O Mundo perdido da adolescência" (II)

UM BALANÇO

Still de "Let the Right One In" de Tomas Alfredson

2. O que podia ter estado melhor:

Como muitos espectadores notaram logo que viram a programação deste ressuscitado "5 Noites, 5 Filmes", apesar de tudo o que o João Palhares aponta no seu balanço, a verdade é que a direcção da RTP2 continua na mesma. Faz ciclos como quem prepara "roupa velha" com as sobras do jantar de ontem, mais concretamente, passa e, nalguns casos, repassa filmes que já toda a gente viu ou pôde ver ou na RTP1 ou na própria RTP2. A maioria dos filmes exibidos na primeira semana (que é a penúltima...), dedicada ao "Mundo perdido da adolescência" - bom título, bom tema... -, já tinha passado antes na televisão pública. Os espectadores sabem isso e, mesmo que não os tenham visto, é como se tivessem - talvez seja um pouco como vender carros em segunda mão... 

De qualquer modo, foi interessante ver como um filme sueco de vampiros consegue dialogar com a catástrofe existencial de um "Afterschool" - falei em catástrofe porque me lembrei de uma das ausências mais sentidas neste ciclo: Gregg Araki, autor de uma trilogia sobre o mundo apocalíptico da adolescência... Com efeito, a adolescência fica órfã aqui dos seus principais pais cinematográficos: falei de Araki, mas podia falar de Larry Clark ou Gus Van Sant. Não digo que seja possível fazer-se um ciclo sem excluir obras essenciais, só digo apenas que programaticamente, por exemplo, um "December Boys" é uma escolha tão insólita quanto inadequada, face às ausências de peso. Também se perdeu uma grande oportunidade de recuar mais no tempo e abordar alguns grandes clássicos sobre "o elogio (no sentido de "eulogy") da adolescência". Lembro-me dos rostos de James Dean e no cinema de Nicholas Ray e vejo uma pungente "dor de crescer" - era interessante convocar o presente e o passado, isto é, não nos limitarmos tanto ao "contemporâneo". 

Mas mesmo mantendo as escolhas de Wemans, continuo a sentir que todos ganharíamos, digo, que o PAÍS GANHARIA, se o senhor director colocasse alguém que saiba pensar o cinema, de forma provocadora e instrutiva, a contextualizar cada obra, a ensinar-nos a formar o pensamento com base nas imagens e não a fazer-nos ingeri-las apressadamente, como se faz hoje com quase tudo, das pipocas à Arte. 

Todavia, para que este regresso do "5 Noites, 5 Filmes" fosse, de facto, um acontecimento assinalável da televisão e da cultura nacionais, tinha este de ser um comeback a sério e não uma visita de médico que pouco ou nada acrescenta à paisagem audiovisual portuguesa - é que nem dá tempo para se fazer notar ou, muito menos, para "criar públicos"... E era preciso que o senhor Jorge Wemans fosse um programador que soubesse o que é programar cinema. O que nunca foi, não é e dificilmente algum dia será...

Luís Mendonça 

domingo, 8 de abril de 2012

Ciclo "O Mundo perdido da adolescência" (I)

UM BALANÇO


1. O que não esteve mal:

Antes de mais, comece-se pelo óbvio, que é a ressuscitação (em altura delas) do "Cinco Noites, Cinco Filmes", com direito a logo e a publicação informativa que contextualiza a programação e as escolhas. Dois ciclos temáticos, um sobre a adolescência ("O mundo perdido da adolescência" é o título) e outro sobre política ("Filmes sobre o mundo da política", título menos inspirado); No final desta semana, falamos então do primeiro ciclo, que lançou o mote para se exibir filmes como La Journée de la Jupe, com a sempre bela Isabelle Adjani, Let the Right One in e Afterschool. Alguns já lá passaram mas nunca lhes foi permitido dialogar uns com os outros, que é o que os ciclos temáticos fazem pelos filmes. Assim, assistimos às tensões familiares, escolares e sociais contemporâneas da adolescência, pelos olhos de cinco cineastas, o que permite fazer exercícios de comparação entre eles. Comparação que nos deixa perceber como anda o tratamento (ou a representação) da juventude em cinema, se há demagogias, se não há, etc etc.

À excepção do último filme do ciclo, December Boys, os formatos originais foram respeitados, o que não é mau - os actores estão em dado sítio do plano por alguma razão, e ignorar isso é como não passar o filme. Não eram precisos, necessariamente, filmes contemporâneos para explicar a contemporaneidade da adolescência, podia ser interessante fazer um ciclo temático desta natureza mas com a evolução da representação da adolescência (de Zéro de Conduite a Tracey Fragments, escolhas não faltavam), mas saúdo ainda assim a RTP2 por mostrar um mínimo interesse pelos filmes que programa e os situar num tempo, num espaço e numa sociedade.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

A nossa causa ultrapassa a marca dos 3 000 amigos no Facebook!

Chegados a este número, que ultrapassa inclusivamente o número de assinantes da petição, perguntamo-nos o que será preciso mais para evidenciar, aos olhos de quem de direito, esta lacuna grave na programação da RTP2. São 3 000 pessoas a gostar de uma causa iniciada por um grupo de anónimos. Conseguem imaginar quantos seguidores teria um programa ou um espaço que respondesse, de forma objectiva, aos seus anseios?

terça-feira, 3 de abril de 2012

Comunicação Cinema na RTP2: a nossa resposta


Caros amigos,
Os membros do grupo-redator da petição Pelo Regresso da Exibição Regular de Cinema à RTP2 congratularam-se, nos seus espaços individuais e colectivos, quando foi revelado o regresso da rubrica “5 noites, 5 filmes” à RTP2. A decisão parecia ir ao encontro das pretensões dos 2962 subscritores da petição, onde para além dos espectadores do canal se incluíam diversas personalidades ligadas ao cinema e à cultura.
Soubemos entretanto, através das nossas fontes, que este regresso terá lugar apenas e só durante as férias da Páscoa. Como já havia feito no passado, o segundo canal da televisão estatal utiliza agora o cinema como mero estuque para tapar os buracos que tenha na programação, numa postura que não apenas denigre o cinema enquanto arte, ao torná-lo simples matéria de substituição da programação habitual, como representa um flagrante desrespeito pela vontade do seu público-alvo.
Quando da revelação deste regresso temporário do cinema à RTP2, foram várias as vozes que demonstraram o seu agrado com esta decisão, mostrando o quanto o cinema pode fazer pela dignificação e crescimento do canal e a relevância que, ainda e sempre, é atribuída ao cinema enquanto arte. Em nome dos 2962 subscritores e embora já tenha fechado a janela de subscrição da petição, não descansaremos na defesa de uma causa que, mais do que justa, nos parece auto-evidente. Estão já em curso várias acções de sensibilização da direção do canal, incluindo a distribuição de um banner por esta altura já partilhado por mais de 250 utilizadores do Facebook
Instamos também os defensores desta causa a fazerem chegar à direcção da RTP2 as suas reivindicações, directamente à direcção do canal para que a rubrica “5 noites, 5 filmes” continue para lá das férias da Páscoa, nomeadamente através da escrita ao Provedor do Espectador da RTP, José Carlos Abrantes (http://ww1.rtp.pt/wportal/grupo/provedor_tv/enviarmensagem.php), através de mensagens que podem ser deixadas no site do canal (http://ww1.rtp.pt/icmblogs/rtp/comunicacao/index.php?k=Cinco-Noites-Cinco-Filmes.rtp&post=38946) e através dos meios disponiveis na Internet, como a nossa página no Facebook (http://www.facebook.com/pages/Pelo-regresso-da-exibi%C3%A7%C3%A3o-regular-de-cinema-%C3%A0-RTP2/112201078836298) ou o nosso blogue (http://peticao-rtp2-cinema.blogspot.pt/).
Os nossos melhores cumprimentos,
O grupo-redactor

segunda-feira, 2 de abril de 2012

"5 Noites, 5 Filmes"? Só na Páscoa

Afinal, o "5 Noites, 5 Filmes" veio para NÃO ficar. Isto é, a direcção da RTP2 achou por bem ressuscitar na Páscoa um espaço destes, respondendo positivamente à vontade de perto de 3000 espectadores-cidadãos-contribuintes, para o matar logo a seguir. Foi uma tentativa clara de frustrar, com as doses de cinismo que lhe reconhecemos, a nossa causa. Cabe a todos nós e a todos vós dar uma resposta... ou a opinião pública gosta de ser um joguete na mão de autocratas da televisão pública?

Pedimos a todos aqueles que querem um "5 Noites, 5 Filmes" em permanência na programação da RTP2, para enviarem a sua opinião a partir do seguinte link do canal (indo ao final da página).

sábado, 24 de março de 2012

As sessões diárias de cinema voltam à RTP2 com o novo "5 Noites, 5 Filmes"


A partir do próximo dia 2 de Abril, a RTP2 volta a exibir regularmente cinema num espaço que recupera um nome com história: "5 Noites, 5 Filmes".

Esta é uma grande vitória para os perto de 3000 subscritores da Petição pelo Regresso da Exibição Regular de Cinema à RTP2 que deve ser partilhada por todos, sobretudo, como prova da força, independência e capacidade de mudança da opinião pública. 

Poderá ler mais no blogue CINEdrio, através deste link.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A Petição foi ouvida em Comissão Parlamentar

O Luís Mendonça e o Ricardo Lisboa escrevem sobre o encontro no passado dia 17 de Novembro, na Comissão para a Ética, a Cidadania e a Comunicação.

A Petição Cinema na RTP2 na Comissão para a Ética...: impressões por Luís Mendonça

mas - enfim - talvez por Ricardo Lisboa

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A Petição Cinema na RTP2 na Comissão para a Ética, a Cidadania e a Comunicação

Still de "Mr. Smith Goes to Washington" (1939) de Frank Capra

Dia 17 de Novembro (quinta), às 14h, eu, Luís Mendonça, e o meu colega Ricardo Lisboa vamos à Assembleia da República para sermos ouvidos numa audição Parlamentar no âmbito da Comissão para a Ética, a Cidadania e a Comunicação. Fazemo-lo em nome dos 2962 cidadãos que subscreveram a nossa petição.

Alguma inquietação que achem que devemos transmitir, têm este espaço para transmiti-la.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Debate Cinema na RTP2 4/4

Última parte do nosso debate marcada pela reacção do painel à intervenção de Jorge Wemans.

domingo, 3 de julho de 2011

Debate Cinema na RTP2 3/4

Terceira, e se calhar, para muitos, mais importante, parte do nosso debate, marcada pelas primeiras respostas do actual director da RTP2, o dr. Jorge Wemans.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Debate Cinema na RTP2 2/4

Esta segunda parte é marcada por intervenções do Professor Rui Cádima e do ex-Provedor do Telespectador, Paquete de Oliveira.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Debate Cinema na RTP2 1/4

Eis a primeira das quatro partes relativas ao debate Cinema na RTP2, que vamos publicando até 5 de Julho, dia em que fechamos a nossa petição. Esta primeira parte é marcada, essencialmente, por intervenções do moderador, do Ricardo Lisboa e pelas primeiras palavras proferidas pelo cineasta João Mário Grilo. A não perder.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Debate Cinema na RTP2: teaser já disponível

O debate Cinema na RTP2, que teve lugar na FCSH-UNL em 12 de Maio 2011, reuniu à mesma mesa o director da estação, Jorge Wemans, o ex-Provedor do Telespectador José Paquete de Oliveira, o cineasta João Mário Grilo, o Professor Francisco Rui Cádima e dois membros do grupo-redactor da Petição pelo Regresso da Exibição Regular de Cinema à RTP2, Ricardo Lisboa e Luís Mendonça (moderador).

Tema do debate: o actual estado da programação cultural da RTP2 no quadro do macroconceito de serviço público.

O debate, que estará, em breve, publicado na íntegra, nas suas quatro partes, pode ser entrevisto neste pequeno teaser de um minuto e meio.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

1%

Em 2008, a RTP2 emitiu “161 programas dentro do género filme/telefilme, o que representou 1,8% do total de programas emitidos”; em 2009, a quantidade de cinema exibida foi ainda mais baixa, num total de “196 programas, representando 1% do total de programação”.

Esta é parte da informação que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) enviou em resposta ao requerimento da Senhora Deputada Catarina Martins.


O debate é já na próxima quinta.

Daniel Marques responde às nossas questões

A poucos dias do debate Cinema na RTP2 - é já na próxima quinta -, temos o prazer de publicar as respostas de Daniel Marques às perguntas que temos colocado a todos os que seguem, com aprovação ou reprovação, esta causa. Pedimos a todos que sigam o exemplo do Daniel Marques e que façam ouvir a vossa opinião sobre o estado da programação do cinema no segundo canal ou, se preferirem, o estado da programação cultural em geral na televisão pública. As duas perguntas mantêm-se a todos os interessados. Enviem as respostas para peticaortp2@hotmail.com que nós publicamos e, a seu tempo, comprometemo-nos a fazer chegá-las aos responsáveis pela tutela da televisão pública.

Daniel Marques (Facebook)

1. Como avalia a actual programação de cinema da RTP2?

Para já, devo dizer que nem sou um especialista em cinema, nem venho do meio - e é por isso mesmo que posso falar à vontade sobre o tema. Não estou comprometido com nada ou ninguém, nem preciso de estar: o meu compromisso é com a cultura e comigo mesmo, e não há compromissos mais importantes que esses. Não me parece que, para ter uma opinião fundamentada sobre a programação da RTP2, tenha de ter este ou aquele diploma, ou ser amigo desta ou daquela pessoa. Para analisar bem um tema só são precisas duas coisas: primeiro, conhecer a realidade do tema que se trata; segundo, escolher as categorias de análise que mais poderão esclarecer o assunto.

Se queremos avaliar a programação de cinema da RTP2 temos de necessariamente estabelecer os critérios a utilizar na análise. A programação depende essencialmente de dois factores: um quantitativo, o número de filmes que são exibidos todas as semanas, e o outro qualitativo, que diz respeito à qualidade desses filmes. Quanto à quantidade, parece que não restam muitas dúvidas. É indiscutível que a RTP2 passava muitos mais filmes há uns anos atrás do que hoje. A este respeito basta dizer que a rubrica "5 Noites, 5 Filmes" praticamente desapareceu, o que faz com que a RTP2 passe hoje menos de metade dos filmes que habitualmente passava. (Se quisermos ser mais precisos, podemos dizer que, em média, passavam-se 7 filmes por semana, ou seja, 1 filme de segunda a sexta e 2 filmes no Sábado à noite, em sessão dupla. Feitas as contas, passámos portanto a ter uma exibição que equivale a 2/7 da programação original.) Isto significa que houve um claro retrocesso em termos de exibição de filmes.

O aspecto da qualidade dos filmes que passam é, contudo, muito mais discutível. Ao contrário daquilo que alguns críticos possam pensar, quantificar um filme de 0 a 5 é um disparate absurdo. Um filme é uma obra que só pode ser realmente compreendida se não for quantificada. A quantificação uniformiza, desvirtua e destrói a riqueza artística de um filme - e quem diz de um filme, diz também de um livro ou CD de música. Só uma apreciação subjectiva pode alcançar um entendimento global de um filme. Por outro lado, dizer que uma apreciação é necessariamente subjectiva não é o mesmo que dizer que ela não pode ter orientação nenhuma. A apreciação tem sempre, queiramos ou não, uma única orientação, e ela é a que o crítico adopta. Mas se o crítico não deixa bem claro quais são os seus critérios, ele cai facilmente em simplismos ou favoritismos bastante duvidosos. Por outro lado, a qualidade da programação de um canal não me parece proporcional à quantidade de filmes portugueses que são exibidos. A qualidade da programação também não depende exclusivamente da qualidade dos filmes exibidos, mas, sobretudo, dos critérios que se usam na escolha dos filmes e da maneira como eles são apresentados. Estes três aspectos têm de ser tomados em conta simultaneamente porque é da sua interligação que depende a qualidade da programação.

Para analisar a qualidade da programação seria necessário analisar cada um destes aspectos para uma grande quantidade dos filmes exibidos na RTP2, o que era impraticável aqui. Em vez disso, vou apenas dar algumas impressões subjectivas que, espero eu, vão clarificar o que penso. Primeiro, parece-me que a qualidade dos filmes que são exibidos não seja má. Por exemplo, há bocado estive a ver o filme "Welcome" (Philippe Lioret, 2009). Gostei. É um bom filme. E tão bons ou melhores que este podia citar vários outros. Portanto, não me parece que o problema esteja aí. Segundo, também não me parece que não haja critério na escolha dos filmes exibidos. Um exemplo rápido e elucidativo: lembro-me perfeitamente que, numa semana em que houve eleições, passaram dois filmes que reflectiam sobre o meandros da política na "Sessão Dupla". Portanto, ainda que o critério não seja inteiramente claro, isso não significa que ele não exista. Terceiro, também não me parece que seja terrível passar todo o tipo de filmes. Ou seja, a qualidade da programação não pode ser considerada má; o ponto importante, contudo, é que ela poderia ser muito melhor.

2. Que aspectos gostaria de ver mudados?

A programação de cinema da RTP2 pode ser melhorada de várias maneiras. Antes de mais, parece claro que restringir a programação de cinema a dois filmes em sessão dupla, no sábado, é algo que não faz sentido nenhum. Haverá alguma justificação válida para não se passarem mais filmes todas as semanas? Mas mesmo que só se pudessem exibir dois filmes, é perfeitamente possível reestruturar a programação no sentido de a melhorar. O principal problema da programação está na maneira como os filmes são apresentados. Não existe nenhuma contextualização do seu tema, nenhum acompanhamento teórico-estético, nenhuma informação sobre o autor ou sobre a obra, nenhum dado sobre a sua importância histórica. A ausência de um acompanhamento, acima de tudo pedagógico, vai contra a missão da RTP2 e contra os fundamentos do próprio estado republicano. A televisão pode e deve ser um meio de difusão da cultura e de instrução das pessoas, isto é, um órgão cultural que procura tornar público o acesso à cultura. Um excelente exemplo de um programa construído nestas bases é o programa "Grandes Livros", que dá a conhecer um livro por episódio, e procura compreendê-lo através da reconstituição histórica do contexto em que foi escrito. Este programa é a prova de como a cultura pode ser apresentada de uma forma interessante e acessível a todos, livre de academismos inúteis; na verdade, este programa faz mais pela cultura e literatura portuguesas do que os três currículos da disciplina de português do actual ensino secundário. A estrutura do "Grandes Livros" pode ser perfeitamente transposta para a análise de filmes, e nem sequer é preciso que os episódios tenham 50 min de duração. Mas se o problema for a falta de tempo, a verdade é que seria preferível passar um único filme na RTP2 durante a semana, devidamente enquadrado e contextualizado, do que dois, três ou sete filmes avulsos.

sábado, 16 de abril de 2011

Debate Cinema na RTP2 (re)agendado para 12 de Maio


Depois do cancelamento do debate do dia 5 de Abril, devido à morte trágica de um colega, temos agora a felicidade de convidar todos os interessados a virem assistir e participar no debate Cinema na RTP2, com as presenças do DR. JORGE WEMANS, director da RTP2, do DOUTOR PAQUETE DE OLIVEIRA, sociólogo e ex-Provedor do Telespectador RTP, e dos Professores Doutores JOÃO MÁRIO GRILO e FRANCISCO RUI CÁDIMA, bem como de dois representantes da Petição Pelo Regresso da Exibição Regular de Cinema.

O debate acontecerá dia 12 de Maio (uma quinta) na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (Av. de Berna), auditório 2, piso 3, torre B (a principal), às 18h em ponto.

Confirmem a vossa presença na nossa página do Facebook.

Lutar pela preservação do cinema e sua memória, sempre!


Porque estamos sempre a favor do Cinema, penso que é lógico convidar todos os nossos leitores/subscritores a se solidarizarem com o movimento apartidário de espectadores da Cinemateca, que se presta a lutar pela restituição dos padrões de excelência que são apanágio dessa instituição.

Dia 28 de Abril é dia de manifestação, à porta da Cinemateca, contra todos os entraves burocráticos ao seu normal funcionamento.